terça-feira, 15 de julho de 2014

NÃO QUERO PERTURBAR SEU DESTINO

Não quero perturbar seu destino, não é a minha intenção, nem desviá-lo de minhas mãos, sem antes lhe ver limpa, sento todos os dias num bar de esquina, que fede mijo,  começo dançar sozinha, meu rumo, aliás não tenho rumo, sou andarilha, mais gosto do cheiro da erva doce, gosto da seiva com cheiro de morango, que desce das entranhas, mesmo com o colo do útero cheira lama, tanto que não tomas banho, uma mistura de gozo, selvagem, com um suor do sol que bate, não tenho tempo para conversas, seus hábitos me fascina, lhe jogo numa cachoeira, as águas passa língua, te lava, consigo me ver sobre teu corpo, isso me basta, não, não me diz da onde vem, nem para onde vai, porque não irei atrás, apenas deita-te nessa pedra, deixa-me contar  histórias, fecha os olhos, encharca-me nas minhas fendas, com lucidez, depois levanta, límpida, porque terás que seguir o seu caminho, vou te ensinar, o inverso, todos vão adorar, você saberá viver como uma grande atriz.

TEXTO POEMA DE BEY CERQUEIRA

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