sexta-feira, 29 de novembro de 2013

OLHEI-TE

Olhei-te de uma forma tão quente, que você não esperava, num calor imenso, numa casa de palha, havia apenas nós duas, e um fogão não funcionava, mais tínhamos vinho, sem copos, todos quebrados, lá fora assoviava o passarinho, tinha uma coruja que olhava-nos pedindo apenas faça, escutávamos a sola do cavalo, o uivar da égua mansa, e tivemos uma louca vontade, sobre uma luz de lamparina, de nos deliciar, diversas formas em carícias, nos fazia silenciar, enquanto lá fora começava uma ventania, você agarrou meus cabelos, meu corpo se abriu, suada sobre uma paixão intensa, lapidando nossas entranhas, aquele galopar dos animais nos fazia algemas, coloca-me sobre teu ventre, sinta-me porque estou fervilhando, num fulgor de vontades posições sem medo, a natureza nos ensinou a amar sem sentir dor. 

POESIA DE BEY CERQUEIRA