NESSA PAUTA
nessa pauta de vontades loucas, quero suavizar
e compor uma música, sobre teu corpo, na melodia deixando-a ereta, obscura o
meu sentir, entregar-me sobre um silêncio porque és proibida, silenciar terá
que ser o nosso jogo, faminto, delirante, teremos que falar baixinho, para que
as portas não soam nossos gemidos doce, para que não ultrapasse as paredes, o
som do vai e vem dos nossos toques dos mais profundos, dentro da garganta de
nossas grutas, que ninguém possa nos ver sobre a greta da porta, porque estarei
sobre você, meu corpo febril, de uma amante sem contas, frontal, feroz, revezando
línguas, a sol bemol maior, molhando a cama, matando a cede, palpitante mulher
que eu amo, que me tira do chão, que arranca suspiros a todo instante me faz
olhar para o horizonte, aonde eu lhe enxergo totalmente nua, ou de sutiã, da
cor do meu pecado, quero embriagar-me no seu suco, com gosto de morango, soar levemente
em suas aberturas lhe ver desfalecer, roçando entre minhas coxas, deitada em
meus braços, cansada, lhe deixar dormir, já de manhãzinha.
POESIA DE BEY CERQUEIRA