.....não faço muita questão de me mostrar, nem tão pouco de pronunciar-me, gosto de estar vestida, quando caio em um mar muito bravo, ele me deixa impura, me limpa a alma, me chama de puta, adoro tomar banho de chuva, cair na lama, nua, não faço perguntas, porque não desejos respostas, no ave ajoelhada se perde muitas coisas, prefiro que todos sejam abençoados, mesmo em seus pecados, adoro dançar tango, bebendo cerveja, com gosto de vinho seco, não me preocupo com os que moram em meu lado, ou dentro de mim, buscar-los é a minha questão, encontrar-los já deixo para o tempo.
TEXTO DE BEY CERQUEIRA
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
QUANDO MEU VENTRE
Quando meu ventre arde, purificado aos teus, excito-me tanto que chega doer, principalmente quando penso o quanto eu preciso do seu desejo, o quanto eu te amei com tanta força, dentre minhas entranhas, e hoje me sinto tão só, por ter amada tanto, porque sei o seu nome, e você o meu, porque sabemos quem somos, tivemos tanta ternura, agora parecemos que somos um ícone desconhecido, na verdade a lua que brilha ai, aqui ofusca, devido meus olhos cheios d´água, tudo me lembra você, até aquela cama de madeira, perto da janela, até a voz chamando-nos para ir a igreja, das ondas batendo, do vento suando, e nossas mãos frias, que de vez enquanto encostava uma na outra, sinalizando o que sentíamos, do cuidado, desse seu olhar, que me congelava, tocando meu rosto, na madrugada debaixo das cobertas, molhadas, enlouquecidas, tínhamos medo, nem isso nos impedia de nos amar tanto, tínhamos receio de que alguém pudesse ver, escutar, profundamente lhe pegava leve, no encaixe perfeito, ao lado na outra face que nos olhava, abaixo das cobertas, calada, tocava-se, em silêncio.
TEXTO POEMA DE BEY CERQUEIRA
TEXTO POEMA DE BEY CERQUEIRA
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