terça-feira, 21 de agosto de 2012

EM NOSSAS OBSESSÕES


EM NOSSAS OBSESSÕES

nosso carro quebra, tem um cheiro de óleo diesel forte, queimando, isso nos dá tesão, montamos um acampamento bem a beira da estrada, rodovia que os carros passam a mais de 110 por hora, a cada roncar, éramos possuídas pela ardência do ventre que chora, forte, mãos sujas de graxa, toca entranhas adentra a mata perfurando, acoitando arvores, grandes arvores, deixando nos  nervosas, troncos robustos, altos, grossos, voo livre de gaivotas, fendas abertas, películas querendo se morder.   antigas raízes profundas,  saliências, caricias faz-se abrir cabanas, e mais cabanas, sem feixes, nem teorias arcaicas, libertas, nuas, diversos fetiches fazendo, feitos, são os acumulados pelos lábios secos, de uma vida secas, começa chover muito forte, e corremos por toda molhada, caindo, roupas rasgadas, abaixo riacho, água límpida, igual as quais sai de dentro da gente, é a vida brotando, mãos se apertam, apruma soprando faíscas, acende lenha, ao longe cachoeiras descendo, batendo, cheia de tentações, somos a própria purificação em lambidas “santas”...talvez, mordidas que quebra o gelo, posto, chupa, abaixa o tronco, lapida o arder que queimamos em nossas obsessões.

POESIA DE BEY CERQUEIRA