Nesse corpo desafiando, todos os impulso, deixo sempre coisas no ar, para amanhã, deixo movimentos, que até faz mal, necessitas da força, somos violentas, mansas, nadamos uma sobre a outra, te proponho ser minha harpa, coloco-a entre minhas coxas, aperto o corpo ao instrumento pulsante, junto ao meu tejo de um tesão que nos dá até medo, que só você sabe me dá, e eu retribuir, começo tocando bem leve as cordas, de uma entrada só, preciso apenas dos dedos, pois minhas mãos estão ocupadas apertando-o mais para junto de mim, para não deixarmos sequer uma abertura dentro dessa sanidade, do ambiente, que exala o som, eco aos meus ouvidos, desta tua boca grossa, densa, treme até o útero, do qual eu faço ninar, inevitável esse êxtase entre nós duas, o puxar do cabelo, o morder de bocas, as carícias nos seus nervos, nessa troca de mãos, no fechar das pernas grossas, é inevitável porque a volúpia , o olhar pedindo, explode sensações maravilhosas, um instrumento caro, que nos faz envergar, acabou de sair do tom.
POESIA DE BEY CERQUEIRA