terça-feira, 1 de abril de 2014

AS VEZES PREFIRO

as vezes prefiro nem me decifrar, muitas outras vezes, prefiro não abrir a porta do armário, e ver meu rosto, acho tão engraçado quando nos escondemos de nós mesmo, quando procuramos desculpas para não encararmos o que sentimos, as vezes prefiro quebrar tudo em cima da mesa, gritar palavrões, ou ficar num canto esperando tudo passar, as vezes nem sei exatamente o que quero, mais quando sei, esqueço, mais uma coisa eu digo, pode passar o que for, entrar um passarinho pela minha porta aberta, que não vou conseguir voar.

TEXTO POEMA DE BEY CERQUEIRA

ANTES DE

Antes de você me povoar, provoca, apenas murmura aonde vai me deixar despojar-te em ti, antes que eu me enlouqueça sobre sua nuca, ouça o que eu lhe imploro,  alongando em sua cama, em teu corpo, rastreando cada ponto, como uma gaivota, não quero ter juízo, ficar sóbria, quero me embriagar nos teus seios, peço que me arranha, você nega, peço que me aperta, você fica mole como uma gata no cio, revirando-se e se apluma sobre minha boca, roça, exalando cheiro de uva, sobre a beira de minha mão, jorrando o mel,  latejando espinhas, roço em suas coxas, suas estimação sente, ocupas, refugio, são tuas presas, me preenche, encaixada em mim, como uma grande dançarina, ao amanhecer nos olhamos, nos enxergamos, fato, confissões foram feitas, sem promessas, sobre carinhos trêmulos, intensos, nossos lábios novamente, no galopar me faz rastejar-me em suas   costas, quentes, (des) pida (pedida), aonde me deleito em sua permanência, me curvo na sua ausência.

POESIA DE BEY CERQUEIRA