quinta-feira, 9 de maio de 2013

SISTEMA NERVOSO


O seu sistema nervoso está muito abalado, vamos assumir nossas saudades, vamos tentar nos seduzir, ao ponto de desmaiar como fazíamos antes, eu aposto que o que nos falta é esse querer, uma da outra, vamos parar de negar, vamos produzir o nosso leito, cama desalinhada, roupas rasgadas, espalhadas pelo chão, da cozinha, banheiro, quarto, vamos nos permitir termos novamente, porque sabemos que temos êxtase, vários, no modo mais desdobrado, mais gostoso porque é depravado, sem pudor, somos duas mulheres, que se ama, que fazem amor, sexo, selvagem, ou não, sobre túnicas, na penumbra quando o véu cair será por opção, nossa, atordoada eu fico, com e você sabe como minhas entranhas na clareza do bacanal fica furiosa, fecho as pernas em suas cinturas, e lhe faço minha presa, até no sono, livre somos, e quando cai à chuva vai limpando arrastando nossas vontades, nos fazendo meretriz, alivia a minha dor com a sua força, esfrega a ansiedade dentro de mim, me deixa curvar-me até o ponto onde você está aberta, me coloco bem no fundo de suas fendas, quando jorrando em minha boca o seu líquido tão cheiroso, amado, ao som de um bandolim, num contraste a luz neon, no seu bale sensual, me queimo pela febre, trêmulos dedos. Enxergo suas ancas, e a desvia num movimento afinado, sobre minha boca seca, ao teu prazer.

POESIA DE BEY CERQUEIRA