quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

MONTADA EM UM CAVALO

Montada em um  cavalo, manga larga, calda preta, pelo macio, liso, cheiro de mato, deixar disparar começando um galope sem limites, pela mata a fora, contida por uma terra vermelha, misturado ao sangue doce da moça que banhada em suor, chorava, cantando uma cantiga de nina, embalada, ensaiada no barracão de um senhor, lapidada, as patas deste animal caminhava olhar de quem já sabia para onde ir, atravessou a floresta toda fechada, suas coxas machucadas no arreio, por medo de se perder, enfrenta os arames, que sem dó e piedade rasga a roupa da dama, corta sua carne, a deixa em frente ao tronco do qual haverá um crime, mais ao chegar aquela moça linda, adormecida no lombo do animal, bufante, ela é pega retirada com força, arrastada pelos abutres, seu ventre grita, e pela primeira vez, depois de tantos anos, ela goza.

TEXTO POEMA DE BEY CERQUEIRA

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