sábado, 12 de julho de 2014

UM HOMEM QUALQUER

Um homem qualquer, um abraço de selvagem, cabeludo, barbudo, um alisar sobre suas costelas, atrás estava uma mulher, linda, porém sem rumo, sem vida, sem vida íntima, todos os dias escutavam-se seu chora pelos cantos, sempre sozinha, enlouquece por dentro, feias larvas a fios que lhe come, queimando seu ventre, desejando ter de leve apenas ternura, em um desses dias ela parou, nua e escutou o seu íntimo, treme toda as manhãs, seu corpo vibra, ela pega um roupão e sai pelas ruas frias, vira uma esquina, escuta uma suave melodia, seus cabelos ao vento que bate, encosta no rosto de alguém, se olham, se percebem, observam-se, e não percebe que a rua estava apenas com um viajante, deitam, se envolvem, feridas, sobre uma felina, branca, profundamente destemida, se entrega, fogem, sobre apenas o olhar de quem não lhe deu amor.

TEXTO POEMA DE BEY CERQUEIRA

Nenhum comentário: