Podes acreditar que da mesma forma que dancei em palácios, com damas vestidas tampando os pés, dancei nas ruas, com mulheres de rugas, marcadas, machucadas, atropeladas pela intolerância, também comi do bom até de peixe estragado, senti o cheiro do melhor perfume, bebi da bebida aonde não se encontra em qualquer bar, mais me embriaguei com o cheiro da terra que passei para limpar os germes de qualquer gozo, quero que saiba, que para mim dançar tanto faz nas ruas, ou em um palácio, eu quero o que de mim tenho melhor, dou o que minhas entranhas nas caras limpas, olhares fulminantes, inflexíveis, confesso, concedo-me que o corpo parece uma madeira, aonde a alma luz cintilantes luzes, de paixões profanas, encabuladas, a distância é profunda, fica longe demais amar o palacete coberto de ouro, prefiro meus lábios desejar, fazer sexo, engolir-se na beira que para todos os dias o tic-tac de um relógio velho e cansado.
POESIA DE BEY CERQUEIRA
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