domingo, 12 de agosto de 2012

TOQUE-ME


TOQUE-ME

nas suas exterminadas
sem casa sem beira
sem ais sem cais
apenas
da madrugada minhas entradas
toque-me com suas gotas
emoções caminhos vontades
soletra a fome que sentes
engole-me boca pequena
me feitiça com o seu olhar
meu queixo lhe tocam
no bico apertando me alimenta
sou sua criança
inconfessável nesga lua sinto seu cheiro
narina pura seu gozo lambuza
pétalas
arromba suave
o seu animal grotesco
renitente
abro-te lhe
ponho em mim
na beira no cais em casa

POESIA DE BEY CERQUEIRA

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