já está na hora de tocar o tango, um pianista por favor, na sua sensualidade, no seu encanto, a todos encanta, ela sobe em cima da mesa, daquele bar de esquina, sujo, fedorento, cheio de lama, com o cheiro de terra, ela vai dançando, com a força do piano, quebra todos os copos, garrafas, balança sua longa saia de cigana, com sua unhas imensas, vermelhas, rasga o rosto dos sem chapéus, descalços, barbudos, suados, fedorentos, ela sorrir, sem um mínimo de escrúpulo, me fixou, estou atrás do balcão, e ao me ver no escombro, bebendo um litrão, ela se joga e eu lhe seguro aliciando-a até o seu joelho, beijando sua boca, tocando ao seu sabor, redondo, com coxas duras, levanto sua saia, as pernas ao ponto, abaixo de minha cintura sobre minha calça de linho, e olhares furiosos, de homens famintos selvagens, com exporá, me deixa sem rumo e me joga contra a parede, suja, eu lhe ponho como se ela já fizesse parte de minha vida, não me importando, com a madrugada, quando subo, sumo ao seu sonho inventado, porque eu sou uma mulher livre, e ela escrava de uma legião sem dono.
POESIA DE BEY CERQUEIRA
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